O Espetacular Niginho
- Romero Marconi
- 20 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de jun.
Se o Cruzeiro tem 5 estrelas, uma delas com certeza é o Leonízio.

Além de ser presença constante na seleção mineira, Niginho jogou pela Azzurra (time B da seleção italiana) e vestiu a camisa da seleção brasileira em algumas ocasiões. Ele foi o primeiro atleta do Cruzeiro, então Palestra Itália, e o primeiro jogador de um clube mineiro a servir à seleção brasileira em 1936.
"Niginho fazia vibrar as arquibancadas de madeira do estádio do Palestra. Ele era a principal atração, o astro, o maestro. Nenhum jogador nos campos mineiros teve uma carreira tão brilhante quanto Leonízio.".
O craque foi o primeiro a marcar um gol pela seleção brasileira, em 27 de dezembro de 1936, no Sul-Americano de Buenos Aires. O Brasil venceu o Peru por 3x2, com Niginho marcando o terceiro e decisivo gol aos 15 minutos do segundo tempo.
Niginho jogou pela Lazio de Roma, Palestra de São Paulo (atual Palmeiras) e Vasco. Seu destaque no Vasco e em toda a vitrine do Rio o levou a disputar a Copa do Mundo de 1938.
A volta de Niginho
Em 1939, Niginho retornou ao seu clube do coração, o Palestra, que estava há quase 10 anos sem ganhar um título. Com a aposentadoria de Ninão e Bengala, o "Menino Metralha" começou sua trajetória para recolocar o clube nos trilhos.

A vitória sobre o Vasco por 2x1 foi bastante expressiva, mostrando a força de Niginho e seu impacto em campo. O Palestra iniciou 1940 vencendo duas vezes o rival Atlético, por 2x0 e 3x0, goleando o Siderúrgica, o rival América, vencendo o Villa e goleando o Sete.
Algumas semanas depois, em uma nova sequência extraordinária, o Palestra derrotou o rival de Lourdes por 2x1 e 3x1, e venceu o Botafogo por 4x3 e o Flamengo por 4x2.
Na vitória sobre o Botafogo de Heleno de Freitas, o Jornal Folha de Minas destacou: “O esquadrão palestrino deu-nos mais uma mostra da sua potencialidade, da justeza das suas linhas e da harmonia do seu conjunto. Os onze tricolores são realmente um dos grandes times que possuímos atualmente. Quem viu o Palestra na tarde de ontem dirá que a equipe palestrina trabalha conscientemente dentro do gramado, como uma máquina de peças ajustadas, tudo alinhado ao entusiasmo que predomina entre os defensores da jaqueta tricolor.”
Alguns dias depois, a vítima foi o Flamengo. A torcida palestrina e os apreciadores do futebol da capital lotaram o estádio Palestra Itália para mais uma vitória expressiva, com um placar de 4x2. O Flamengo era o campeão de 1939 e estava na vice-liderança do carioca de 1940, lutando pelo bi. O time carioca tinha em seu elenco nomes como Domingos da Guia, Jarbas e Caxambu.

Em busca da consagração de uma campanha magnífica, o time do técnico Bengala rumou a São Paulo para enfrentar o Corinthians. O jogo ocorreu no Pacaembu, diante de um grande público. A partida foi abaixo do esperado e a derrota por 6x3 interrompeu a sequência.
Liderado por Niginho, o Cruzeiro conquistou seu último título com o nome de Palestra Itália ao derrotar o rival Atlético numa melhor de três.
Os anos de 1941 e 1942 foram conturbados devido às resoluções do governo de Getúlio Vargas e sua política do Estado Novo, que levaram o Palestra Mineiro a mudar seu nome e suas cores. Com o novo nome e cores, o Cruzeiro de Niginho iniciou 1943 renovado e sem perseguições políticas.
O clube estrelado conquistou o tricampeonato de 1943 a 1945, com Niginho como protagonista. Uma das últimas missões do artilheiro celeste foi dar um passe para Ismael marcar o gol da primeira vitória internacional do Cruzeiro.

Niginho encerrou sua carreira nos gramados como o maior artilheiro da história do clube, com 208 gols, o maior campeão com seis títulos, e o maior jogador do futebol mineiro de sua época.

Comentários